Cada empresa possui suas particularidades e diferentes estruturas no seu processo de produção, mas a estrutura básica de uma equipe para um projeto de e-learning é sempre a mesma: design gráfico, organização pedagógica, programação etc.
Algumas empresas têm ordens diferentes das etapas da produção, outras têm ‘nomes’ diferentes para cada função, algumas montam tudo a partir de algum software de autoria por conta da agilidade de produção, outras montam tudo no processo artesanal por conta da liberdade criativa… Mas, independentemente da ordem das etapas, das formas de se trabalhar e da nomenclatura de funções, os desafios e dificuldades são muito semelhantes entre as empresas produtoras de e-learning.
A produção vai funcionar como uma linha de montagem e cada etapa é uma engrenagem nessa linha. Falando a grosso modo, o designer vai elaborar o projeto gráfico, o designer instrucional vai elaborar o storyboard a partir do conteúdo base, o programador vai montar o arquivo base do curso (navegação, scorm…) ou outras particularidades técnicas do projeto.
É nessa linha de montagem que a participação do GERENTE DE PROJETOS é importantíssima. Não apenas para fazer o cronograma ser respeitado ou garantir que o briefing seja seguido, mas também para que exista uma sinergia entre todas as etapas.
Um projeto em que as etapas são trabalhadas isoladamente, muito provavelmente surgirão problemas mais a frente. Todas as etapas precisam trabalhar alinhadas e trocando constantemente.
Por exemplo, é importantíssimo que o designer instrucional avalie como está sendo montado o HTML de um curso on-line, para que ele confirme se está sendo seguido exatamente o que ele pensou inicialmente no storyboard e nada se perdeu no meio do caminho.
Numa primeira leitura superficial desse post, muita coisa falada aqui pode parecer óbvia para alguns, mas na realidade nem sempre é assim que tem funcionado… Muitas (MUITAS) vezes um briefing muito superficial ou um prazo de execução da produção que não condiz com o tamanho e complexidade do que foi vendido, têm como consequência ETAPAS importantes do processo sendo ignoradas. Nisso, o que foi vendido não necessariamente é o que vai ser entregue para o cliente no final. Ou até será entregue, mas à custa de muita dor de cabeça durante a produção.
Para começar, uma reunião de briefing entre todos os envolvidos! Designer gráfico, designer instrucional, programador, gerente de projetos e (se possível) área comercial. Dessa reunião, tudo será discutido, ideias serão sugeridas, dificuldades serão levantadas e dúvidas serão identificadas (em algumas empresas essa reunião é dividida em duas etapas: a primeira do gerente de projetos, responsável pela área comercial e o ponto focal do cliente, a segunda do gerente direto com a equipe e, caso alguma dúvida seja levantada, o gerente volta ao cliente).
A partir daí, cada empresa tem seu próprio processo e etapas, porém é aí que entra a importância do gerente. Entre outras coisas, o gerente precisa garantir uma comunicação e acompanhamento constantes entre as etapas de produção.
Muitas vezes eu ouvi de gerentes de projeto: “Mas eu não vou ser babá de gente grande!”. Lamento, mas terá que ser sim!
Um simples exemplo: se quem está montando as telas de um curso on-line e precisa entregar o total de 50 telas em uma semana (o que dá 10 telas por dia útil), mas no primeiro dia montou apenas 3 telas… No dia seguinte ele já começa ‘devendo’ mais 7 telas… Se o gerente não acompanhar essa produção, quando chegar ao último dia do prazo, não teremos que produzir apenas as 10 telas do dia, mas também as telas que não foram feitas e se acumularam durante a semana.
A não ser que exista uma confiança total do gerente com a equipe e tudo esteja muito bem ‘afiado’, nesse caso esse acompanhamento não precisa ser tão no detalhe. Caso contrário, é preciso realmente esse trabalho mais próximo da produção.
No mundo real, se o projeto for um sucesso, o mérito é de todos. Mas se um projeto der errado, a culpa acabará sendo do gerente. O que não deixa de ser verdade, pois se o prazo de produção estourou, se o resultado final ficou diferente do que foi vendido, se algo deu errado… Era o gerente que precisava se antecipar e resolver pontualmente o que estava ‘saindo do trilho’.
Imprevistos sempre acontecem, mas um erro precisa ser identificado durante a produção… NUNCA pelo cliente após a entrega.
Mensagem final aqui é só uma:
ACOMPANHAR! ACOMPANHAR! ACOMPAHAR!
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