Na minha época de faculdade de desenho industrial havia dois tipos de empreendedores… Existia um primeiro tipo que costumava ser a junção de uns dois ou três amigos de turma que se empolgavam com a ideia de abrir uma empresa, viravam sócios, criavam uma empresa, alugavam sala, montavam escritório, geravam CNPJ, nome comercial etc etc etc. Depois começavam a prospectar a linda e nova agência de design.
Por outro lado, havia um outro tipo que era exatamente o oposto. Não abriam nada, não montavam nada, não se comprometiam com nada e começavam a fazer uma logo aqui, um folheto ali… Depois de um tempo aquela logo virava uma papelaria completa, depois vinha um site etc. Por conta desse primeiro projeto, vinham indicações para outros… Um amigo que indicou outro amigo e novas demandas foram aparecendo. Após um tempo atendendo os amigos dos amigos, surgia o primeiro grande projeto. Projeto para uma empresa que só pagava para pessoa jurídica através de nota fiscal. Aí sim era o momento que abriam efetivamente a empresa, geravam CNPJ e passavam a emitir notas fiscais, para poder receber o pagamento do trabalho entregue.
A grande maioria das empresas do primeiro tipo não prosperaram (óbvio que existiam os que eram muuuuuuuuuuito bons e arrebentaram, mas não era uma regra).
Lembro muito dessa época da faculdade, pois vejo muitas situações semelhantes no mercado de e-learning. Durante esses mais de 20 anos de mercado, a cada ano vejo surgir no mercado novíssimas empresas (normalmente formadas por ex-funcionários de grandes empresas produtoras de e-learning), com a mesma empolgação dos garotos da época da faculdade. Saiam montando tudo e depois iam para o mercado. Muitas dessas empresas não passam de um ano.
Também influenciados por conta da crise, muitos profissionais tentam empreender, já que cada vez mais grandes empresas enxugam suas estruturas.
Esse tipo de cenário é ruim para o mercado, pois essas pequenas agências “prostituem” o mercado, já que jogam os valores das propostas lá para baixo na esperança de pegar algum projeto. Por outro lado, isso tem um lado positivo, pois obriga todas as empresas, independente do tamanho, a inovar para garantir algum diferencial num mercado cada vez mais competitivo. Inovações estas, que são muito importantes para o cliente voltar a perceber o valor agregado nos bons projetos, para que consequentemente o nosso mercado volte a aquecer.
Deixe um comentário