Certa vez, no meio da produção de um curso on-line, percebi uma certa tensão na troca de e-mails entre o designer gráfico com a designer instrucional… Um reclamava que pontos do storyboard estavam confusos, outra respondia que estava claro mas que a pessoa estava de má vontade no momento da leitura etc. O curioso é que os dois profissionais ficavam na mesma sala, um a três mesas do outro.
Quando percebi o atrito, chamei na hora os dois e fui para sala de reunião com o storyboard aberto no notebook… “Vamos lá! Quais as dúvidas? Vamos esclarecer tudo nesse momento!”. Passamos por todo storyboard e todas as dúvidas foram esclarecidas! Tudo resolvido, mas me senti ali um “tio da escola” pegando os dois pelas mãos e botando para se confrontarem (no melhor sentido da palavra) e esclarecerem todas as dúvidas.
Teoricamente, esse tipo de situação não deveria ser necessária, pois no processo de produção, existem momentos de “passagem de bastão”.
Explico: Quando o projeto gráfico ou o storyboard são aprovados pelo cliente, precisa ter uma reunião de passagem do responsável pela etapa que foi aprovada com o responsável da etapa seguinte que continuará a produção. Nessa passagem de bastão (do projeto gráfico ou storyboard), quem elaborou a solução explica todos os detalhes e particularidades do seu funcionamento no momento em que a solução foi pensada. É nessa hora que todas as dúvidas são esclarecidas e limitações são debatidas.
Só que, no mundo real, nem sempre isso acontece!
Por conta de cronogramas curtos (pela área comercial que vendeu errado ou por imposição do cliente), muitas vezes essas etapas são suprimidas. Ou pior! Muitas vezes essas passagens até acontecem normalmente, mas no dia a dia as pessoas NÃO CONVERSAM ENTRE SI! Não existe uma comunicação durante o processo de produção.
Durante minha trajetória, já vi muitos projetos que tiveram problemas na produção justamente por conta de uma falta de comunicação entre as etapas. Muitas vezes o designer que está montando as telas do curso não entende determinado ponto de um storyboard e, ao invés de consultar o designer instrucional que pensou na tela, resolve fazer a tela no “achismo”, montando a tela a partir do que foi entendido naquele momento. Nisso, a tela é feita de maneira errada e, se a revisão posterior for bem feita, a tela vai acabar voltando para o designer refazer. Além desse tipo de situação gerar atrasos no cronograma, acaba gerando um desgaste desnecessário na produção como um todo… Se teve dúvidas, por que não perguntou no momento em que fez a tela?
O gerente de projetos não tem como controlar esse tipo de situação na sua totalidade, mas ele consegue minimizar com um acompanhamento constante, questionando se a produção está fluindo, se alguém está com dúvidas, se precisa esclarecer algum ponto etc. Enfim, ele precisa incentivar a comunicação constante entre as etapas. É isso! Simples e objetivo!
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