Durante toda a minha trajetória, sempre me deparei com um certo tipo de profissional bem específico, aquele que só faz a parte dele e pronto! Termina ali.
Muitas vezes, tive que ouvir os mesmos tipos de respostas reativas: “A minha parte eu fiz certinho, se deu problema no projeto, a culpa não foi minha!” ou então “a minha parte eu entreguei dentro do prazo, se o projeto atrasou a culpa foi de outro!”.
Primeiro que não existe aqui uma “culpa”! Não estamos em uma Inquisição. Se surgiu algum problema no projeto, cabe ao gerente entender o que aconteceu e corrigir, para que esse erro não se repita nos próximos projetos.
Porém, essa postura de “a minha parte eu fiz!” soa um pouco ruim num todo. Somos todos engrenagens de uma estrutura maior e, para que o resultado final chegue redondo para o cliente, é preciso que todas as engrenagens estejam em perfeita sintonia. Se uma única engrenagem não funciona com perfeição, todo o restante estará comprometido!
O que esse tipo de perfil ignora, é que as engrenagens funcionam em conjunto. O comercial vai vender o projeto, o designer instrucional vai elaborar a proposta pedagógica, o designer gráfico vai elaborar o projeto de identidade visual, o programador vai programar a navegação e as interações etc etc etc. Porém, se o storyboard estiver falho e isso passou na revisão, consequentemente, as telas serão produzidas com erros e a cadeia toda estará comprometida. Isso é passível de acontecer em qualquer etapa do projeto.
Existe um termo no mercado conhecido como “atitude de dono”. É aquela mentalidade do profissional que pensa no todo. A minha etapa está correta? O que eu fiz está claro para etapa seguinte? A etapa seguinte teve dúvidas no meu material? O que eu posso melhorar? Como foi a reação do cliente ao ver o projeto pronto? Ele gostou? É aquela pessoa que não pensa em apenas entregar a sua parte e acabou, pois pensa no resultado final. Trabalha pensando no cliente.
Quando uma empresa começa a crescer e a equipe começa a ficar robusta, muitas vezes a correria do dia a dia impede uma aproximação de todos na equipe. Com isso, os novos funcionários nem sempre têm aquela paixão da equipe no início da empresa. Aqui, cabe um exercício dos cargos de liderança para incentivar que todos os funcionários tenham o mesmo foco: que o resultado final entregue ao cliente supere todas as suas expectativas. Não apenas “entregar sua etapa”!
Por outro lado, sabemos que existem momentos e situações complicadas que dificultam esse pensamento: gerentes ruins, área comercial que vende errado, crises no mercado que influenciam diretamente nos salários… Situações essas, que não ajudam àquele profissional que “veste a camisa”. Mas, no geral, ter esse tipo de profissional na empresa, aquele que pensa no todo, é extremamente valioso! E, quando a equipe inteira está alinhada nesse mesmo pensamento, é praticamente certo do projeto ser um sucesso.
Deixe um comentário