Certa vez, conversando com o gestor de uma empresa na qual fizemos vários trabalhos em parceria, ele comentou: “Cara! Não aguento mais esse tal de storytelling! Todo curso tem uma estorinha, todo curso tem um personagem com um enredo! Chega! Cansei! Vamos pensar em outra forma de fazer cursos on-line!”.
Ok, recado dado, vamos pensar em outra metodologia sem ser storytelling para os próximos projetos em parceria!
De repente, chega um projeto para desenvolvermos juntos um curso on-line no qual o cliente pedia enfaticamente: “precisamos desenvolver um curso para ensinar todos os funcionários da empresa na utilização do nosso novo sistema interno de RH. Marcação de férias, banco de horas, licença maternidade etc. Mas quero esse curso apresentando todo o sistema de maneira bem lúdica!”.
O cliente não queria apenas um curso on-line tradicional para sistemas, com demonstrações animadas estilo Captivate, simulando o uso dos procedimentos e com exercícios de preenchimento dos campos. Ele queria um “algo a mais”, pois já tiveram experiências de cursos de sistema tradicionais e a aderência foi baixa, por não aguentarem mais cursos gigantes com apenas simulações e mais simulações cansativas.
Reunião de brainstorm entre equipe criativa e área comercial, todos pensando em como atender esse cliente… De repente, veio uma ideia: “que tal criarmos personagens, que seriam funcionários em situações específicas e precisariam resolver essas situações a partir do uso do sistema de RH? Por exemplo, a funcionária Viviane que estava já no final da sua gravidez e precisava deixar tudo esquematizado, pois ela queria parto normal e a qualquer momento chegaria o bebê… Ou então o funcionário Alex, que tinha feito muitas horas extras para atender um projeto que tinha um prazo curtíssimo e ele precisou ficar muitos dias até mais tarde para concluir o projeto por conta da urgência, mas não sabia como proceder no pedido de aprovação dessas horas pelo seu gestor… A partir daí, após cada situação, os procedimentos animados da utilização do sistema seriam apresentados“.
Na mesma hora lembrei do gestor: “Chega de storytelling!”.
Só que a ideia se encaixava perfeitamente nesse caso! Mistura de storytelling com simulações do uso do sistema. As situações de cada personagem dariam uma suavizada no curso como um todo. Voltei ao gestor, apresentei a proposta da equipe e ele deu o OK para o projeto, apesar da sua restrição inicial.
Projeto desenvolvido, entregue e cliente bastante satisfeito! Adorou os enredos relacionados a cada procedimento do sistema.
A questão inicial do gestor dessa empresa não era ter algo contra com storytelling, mas sim pelo uso excessivo da metodologia.
Nesse caso específico, um storytelling funcionou e encaixou perfeitamente, mas dependendo da necessidade do cliente talvez um game, um podcast ou outra metodologia seja mais interessante… Não existe uma melhor metodologia, cada caso é um caso e é preciso entender as necessidades e limitações do briefing recebido, identificando a melhor metodologia para aquela necessidade do cliente.
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