Sete em cada 10 brasileiros acessam a Internet, garante pesquisa da Agência Telebrasil, divulgada em agosto deste ano. O cenário atual reforça a era da conectividade e demonstra que o acesso à web tem se tornado cada vez mais democrático. Ao todo são 127 milhões de internautas conectados no país, o que corresponde a um aumento de 37% em comparação aos últimos cinco anos. Além disso, o estudo identificou que os smartphones continuam sendo o principal meio de acesso à rede: 97% do público navega na Internet utilizando um aparelho celular (cerca de 71 milhões de pessoas). Já os computadores são usados por 43% dos entrevistados (considerando que parte desses 43% acessam computadores e também celulares, claro!).
Dito isto, muitas vezes participo de projetos de cursos on-line para o mercado corporativo, com a entrega final para o computador, mas com o cliente pedindo ao final da reunião de briefing “o curso pode ser responsivo, para abrir também em celular?”. A resposta naturalmente acaba sendo: “Sim, responsivo!”. O que não está errado, porém sigo com a pergunta: “mas será que conseguiremos a mesma efetividade apresentando no celular exatamente o mesmo formato feito para um computador, visto que estamos falando de meios diferentes?”.
Primeiro porque, naturalmente, em um curso on-line desenvolvido para o computador, a área de visualização de um monitor é muito maior do que o visor do celular. Em segundo lugar, por mais que hoje as pessoas acessem a internet pelo celular com muito mais frequência do que pelo computador, elas a utilizam durante curtos espaços de tempo, acessando para pequenas pesquisas e rápidas consultas (sem considerar aqui redes sociais e whatsapp). Porém, quando essas pesquisas e consultas necessitam de uma dedicação maior e existe a possibilidade do acesso à internet também em um computador, essa pesquisa é imediatamente interrompida do celular e passada para o computador.
Posso citar aqui vários exemplos do dia a dia! Como no meu caso, com meu filho de oito anos quando precisa fazer uma pesquisa da escola, por exemplo. Quando surge alguma pesquisa sobre o bioma cerrado, ele até começa a fazer uma pesquisa inicial pelo meu celular (o que é, características, onde se concentra etc). Mas à medida que a complexidade do trabalho da escola aumenta, imediatamente deixamos o celular de lado e ligamos o computador para pesquisar juntos em sites confiáveis e portais específicos sobre o assunto.
Mesmo que na versão para celular também possa ter um conteúdo completo sobre o assunto estudado, dificilmente o meu filho vai conseguir ficar muito tempo no celular pegando todas as referências possíveis sobre o tema estudado. Vai pegar os tópicos principais e pronto! Quem acessa internet pelo celular, quer respostas imediatas e não fica mais do que poucos minutos em determinados assuntos!
Pensando nessas diferenças básicas, no mercado do e-learning é a mesma coisa. Se formos desenvolver um projeto de e-learning mais completo, com informações complementares sobre o assunto principal, o formato para desktop é o mais utilizado. Mas, se formos pensar em uma versão reduzida e de rápido acesso, considerando apenas os pontos principais, essa versão mais simplificada é a ideal para o celular.
Se o computador tem a vantagem de acessar um conteúdo muito mais rico sobre o tema estudado, um celular tem literalmente duas das principais vantagens do e-learning: “estudar a qualquer momento e em qualquer lugar”. Uma pessoa pode estudar no ônibus no trajeto para casa após o expediente, na poltrona de casa nos finais de semana etc (só cuidado para se resguardar em questões trabalhistas… O funcionário NUNCA pode se sentir obrigado a estudar em momentos fora do expediente, para não correr o risco de ele cobrar horas extras por esse estudo. Essa iniciativa tem que partir dele por livre e espontânea vontade). Muitas vezes também nos esbarramos na questão do custo, pois nem sempre o cliente tem verba para desenvolver versões diferentes para os dois meios. Além disso, como falei no início, não é errado desenvolver um curso mesmo curso para computadores com entrega responsiva para celular, como é feito no mercado hoje, porém é um meio que não será aproveitado na sua totalidade. Mas, se existe a possibilidade de desenvolver separadamente as duas versões, teremos um resultado muito mais efetivo!
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