Autodidata e graduada na mesma imagem

Mercado de trabalho em e-learning – diplomado ou autodidata?

Há um tempo eu participei de uma mesa redonda sobre o atual mercado de trabalho no nosso segmento e, em um determinado momento do evento, uma pergunta veio até mim: “você acha importante que o profissional da sua equipe seja formado?”.

A resposta mais óbvia num segmento em que a “criatividade” impera, seria NÃO. Na minha profissão de origem, que é o design, eu ouço desde sempre: “o que mais importa para um designer que vai participar de um processo seletivo é o portfólio”. É claro que é importante onde ele estudou, quais cursos ele fez ou as empresas nas quais trabalhou… Mas, no final de tudo, o que vale são os projetos que ele participou. O que ele criou efetivamente.

Isso serve tanto para um designer quanto para um programador ou até mesmo para um perfil pedagógico.

Por outro lado, existe um conhecimento que só se aprende estudando (IMPORTANTE! IMPORTANTE! IMPORTANTE! Não estou impondo nada aqui, óbvio que existem muitos autodidatas completos que não fizeram um dia sequer de curso livre). Mas, na dúvida, a ‘base’ precisa ser levada em consideração.

Dois casos reais que passei durante produções de cursos on-line: o primeiro de um designer que surgiu com uma solução visual extremamente inovadora para o projeto gráfico de um curso. Todos ficaram encantados com a ideia desse designer e o cliente validou tudo de primeira!

Só que, depois que o layout foi validado pelo cliente e o próprio designer foi produzir as telas do curso, o trabalho feito por ele era extremamente sujo. Margens fora do lugar, alinhamentos diferentes, títulos fora do padrão etc., etc., etc. Como isso foi identificado no início da produção, deu tempo de acertar tudo antes de atrapalhar o cronograma. Porém, toda a criatividade inicial foi ofuscada pela falta de organização do profissional. Não tinha um cuidado ali! Cuidado que, particularmente no meu caso, foi aprendido na faculdade.

Agora, pegando um exemplo oposto. Numa entrevista para ocupar uma vaga de programador web, identificamos um candidato que tinha feito todos os cursos possíveis necessários para vaga (os principais e mais alguns), além da entrevista ter sido ótima e a empatia ter sido imediata… Porém, antes de ‘bater o martelo’ da contratação, passamos um pequeno teste para ele fazer de casa e nos enviar pelo e-mail. O que outros candidatos mandaram em um dia, um dia e meio, ele demorou mais de uma semana e, ainda assim, não estava completo. Aqui foi um caso totalmente diferente do exemplo anterior, de um candidato extremamente acadêmico, mas com pouca experiência corporativa. Como tínhamos urgência na contratação, não deu para chamar essa pessoa e investir no seu crescimento.

Concluindo, não existe um melhor perfil a ser escolhido. Conheci profissionais com dezenas de certificados que eram completos, como também conheci autodidatas tão completos quanto. A mensagem final aqui é: independentemente do profissional ter o perfil A ou B, existem outros fatores técnicos tão importantes quanto o portfólio ou diplomas. Faça testes, faça perguntas técnicas sobre como ele desenvolveu as soluções do seu portfólio… E tudo isso considerando também todos os outros fatores subjetivos identificados pelo RH.

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Alexandre Collart

Atuou em projetos para clientes como White Martins, SulAmerica, Autotrac, TV Globo, Petrobras BR, Bob’s, Mongeral Aegon, Módulo Security, Universidade Candido Mendes, Telelistas, Brasil Brokers, Prudential, Wilson’s Sons, Souza Cruz, Honda Motos, Icatu Seguros, Furnas, TIM, Laboratórios Abbott, Sebrae/RJ, Fiocruz, Claro, entre outras. Aprendendo a cada projeto entregue, a cada metodologia utilizada e a cada acompanhamento com os clientes, resultando nos textos para este Blog.

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