Conheci o professor Ricardo Basílio em um projeto que estamos trabalhando juntos, no desenvolvimento de cursos on-line para área de saúde, onde ele entrou como consultor para novas mídias.
Durante nossas reuniões, ele contou sobre uma experiência muito interessante que participou com alunos da UFRJ… Há um tempo, ele trabalhou como professor auxiliar de uma disciplina sobre “Ecologia de Insetos” da professora Margarete de Macedo. Nessa disciplina, em um determinado momento, foi percebido que os alunos tinham dificuldades em três partes da matéria: morfologia, desenvolvimento e classificação em famílias.
Quando perceberam essas dificuldades, resolveram então fazer uma experiência diferente: inicialmente, disponibilizaram para os alunos um conteúdo mínimo sobre os conceitos de cada tema e cada aluno teria que escolher um inseto que fazia parte da sua vida, um que fosse comum onde ele morava: borboleta, mosca, mosquito… Em seguida, como primeira atividade, os alunos teriam que criar um jogo sobre a parte da “morfologia”, a partir das pesquisas sobre o inseto escolhido. Os professores deram dicas de como os jogos poderiam ser desenvolvidos e deixaram os alunos livres para criar.
Na sequência, era a etapa do “desenvolvimento” do inseto: do ovinho, passando para larvinha, até o inseto sair voando (se fosse o caso). Para esse momento, a entrega seria em e-book! Os professores então ensinaram a como montar o e-book a partir de ferramentas gratuitas disponíveis pela internet e, cada aluno, montaria o seu e-book a partir do inseto escolhido. Novamente, o formato do e-book era livre e os resultados foram sensacionais! Um mais criativo que o outro!
Para finalizar, a terceira etapa da disciplina – classificação – o formato poderia ser escolhido entre vídeo ou podcast! Também com dicas dos professores para o uso de ferramentas gratuitas.
Os resultados seriam enviados posteriormente para escolas públicas do Rio de Janeiro, o que foi mais um incentivo, pois os alunos pesquisaram mais a fundo sobre os insetos escolhidos. Eles, espontaneamente, estudaram mais! O que deixou os conteúdos mais ricos e completos.
O mais interessante dessa experiência foi que, além dos alunos realmente aprenderem sobre os conteúdos da disciplina, eles também aprenderam novas tecnologias. O professor não foi apenas aquele que impõe ao aluno conteúdos e mais conteúdos, como uma via de mão única. Na prática, esse professor foi mais um guia e os alunos foram os autores dos próprios conteúdos!
Esse tipo de iniciativa criada espontaneamente pelos professores, mas já é uma realidade em escolas e faculdades mais progressistas, apesar de serem poucas as instituições que oferecem essa proposta. Mas não precisam ser exclusivas a poucas instituições… Qualquer escola, universidade, institutos e até empresas privadas podem propor esse tipo de solução internamente. As ferramentas estão todas aí a disposição!
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