Certa vez, um cliente estava fazendo a revisão de um curso on-line e, após navegar no curso, indagou: “Por que o botão dessa tela não muda de cor depois que clicamos nele?”.
Questionei à equipe e me responderam: “porque só existe um único botão na tela, faria sentido mudar de cor se tivesse mais de um botão. Aí o aluno saberia em qual já clicou e em qual ainda precisa clicar. Se só tem um botão, até podemos mudar a cor, mas não faz muito o sentido ter essa marcação”.
Cliente questiona novamente, “mas por que então o botão avançar está piscando três vezes depois de um tempo?” Porque existem algumas interações na tela… O botão pisca quando todas as interações da tela já foram clicadas e precisa informar ao aluno que o botão de avançar para próxima tela já está ativo.
“Mas por que vocês só sugeriram vídeos em partes do curso e não um curso inteiro em vídeo?”, pergunta outro cliente. Porque o conteúdo desse curso tem muitos números e informações que sofrem atualizações constantemente. Sugerimos vídeos em partes que falam de assuntos atemporais. Assuntos que serão atualizáveis, não servem para ficar em um vídeo, pela dificuldade de atualização. Por exemplo, se gravamos um vídeo de boas vindas com o presidente da empresa falando que fazem parte de uma corporação de 7 empresas e com 4.500 funcionários… Se, futuramente, esse grupo aumentar para 8 e a quantidade de funcionários aumentar para 4.700, esse vídeo já perde o sentido e terá que ser gravado novamente. Se essa mensagem estiver em uma tela com as informações em texto, por exemplo, a atualização será feita em menos de cinco minutos.
Um curso com locução é legal? Sim, pode ser… Mas antes de definir isso, já foi verificado se todos os computadores da rede da empresa tem kit multimídia? Se parte da empresa não pode ouvir as locuções, não tem muito sentido esse tipo de mídia, certo?
E por que estou dando todos esses exemplos? Porque tudo tem uma função. As funções não são pensadas para ficar mais “bonitinho” ou “animadinho”. É a interação do aluno com o que ele está acessando. É uma preocupação tanto do designer instrucional quanto do designer gráfico. Tudo tem um porquê!
No mercado de design isso é chamado de UX – Experiência do usuário (ou User Experience), é o conjunto de elementos e fatores relativos à interação do usuário com um determinado produto, sistema ou serviço cujo resultado gera uma percepção positiva ou negativa. Ela se refere ao método de analisar e entender a forma como os usuários interagem com os elementos de uma página na internet. Quanto mais fácil, dinâmica e intuitiva essa prática for otimizada e realizada, mais eficiente e satisfatória será a experiência do usuário (no nosso caso, o aluno).
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